28 dezembro, 2005

OVERTRAINING

O overtraining pode ser definido como a diminuição na performance devido à má adaptação a um determinado estímulo (exercício). Quando exercícios inapropriados são repetidos em grandes quantidades, por um longo período de tempo, a possibilidade de se desenvolver a síndrome do overtraining aparece.

É necessário que os professores de academia, técnicos e atletas se preocupem não apenas em melhorar a performance com mais e mais exercícios, mas ter em mente que uma periodização estudada e bem elaborada é o mais eficiente. Aquela visão antiga de que quanto mais, melhor, pode ter conseqüências seríssimas. Para um treinamento ideal é necessária uma recuperação. Para que isso ocorra é importante que haja momentos de descanso, ou melhor, a intensidade e o volume do treinamento devem respeitar uma periodização que tem por finalidade a melhora da performance para um determinado período, seja uma competição importante ou apenas um objetivo que o indivíduo deseja alcançar em uma fase do ano, por exemplo.

Cada pessoa responde diferentemente a um determinado estimulo. Isso significa que a individualidade biológica deve ser respeitada na prescrição do treinamento, ajustando-se para cada pessoa, assim como também o tempo de recuperação.

No momento de se confeccionar um programa de treinamento deve-se considerar as seguintes variáveis: escolha dos exercícios e sua ordem, intensidade, número de séries, número de repetições e o tempo de intervalo entre as séries e os exercícios.

O estresse do dia-a-dia também deve ser levado em conta durante a programação do treinamento. Um treino intenso aliado a fatores estressantes do cotidiano pode levar a processos de fadiga crônica. Caso não seja restaurada esta situação com descanso, alimentação e treino adequado, o indivíduo pode chegar aos sintomas de overtraining.

Estudos científicos apontaram que durante o overtraining há uma diminuição de hormônio anabólico, como a testosterona; e aumento de hormônio catabólico, como o cortisol. Esses efeitos atuam negativamente na performance. O aumento na concentração de cortisol também atua negativamente sobre o metabolismo protéico e sobre o sistema imunológico, ocorrendo maior incidência de infecções de via aéreas superiores (resfriados).

A partir dos sintomas pode-se calcular os danos à saúde oferecida pela síndrome do overtraining. O descanso e a recuperação são partes integrantes de um programa de periodização de treinamento e fundamentais para se obter os resultados desejados.


PRINCIPAIS SINTOMAS DE OVERTRAINING

- Diminuição na performance;
- Diminuição da força muscular;
- Fadiga crônica;
- Aumento da freqüência cardíaca de repouso superior a 5 batimentos por minuto por 5 dias consecutivos;
- Insônia, distúrbios do sono;
- Aumento da irritabilidade e ansiedade;
- Diminuição da tolerância ai estresse;
- Diminuição da libido, energia e vigor;
- Aumento da incidência de lesões musculares;
- Diminuição do apetite, náusea;
- Diminuição do nível de hemoglobina (anemia);
- Aumento da susceptibilidade a infecções de vias aéreas superiores, como resfriados.



  Fonte: http://www.corpoperfeito.com.br/artigo/visualizacaoartigo.aspx?idartigo=22
http://maisequilibrio.terra.com.br/overtraining-o-que-e-isso-3-1-2-119.html
http://www.hipertrofia.org/blog/tag/overtraining/
http://saude.ig.com.br/bemestar/overtraining+o+excesso+que+faz+mal+a+saude/n1237743755107.html

18 dezembro, 2005

SEGURANÇA DA MUSCULAÇÃO PARA O SISTEMA CARDIOVASCULAR


O crescente aumento do uso do treino resitido e sua prescrição pelos profissionais da área têm levado pesquisadores a verificar a segurança destes exercícios, principalmente sob o ponto de vista do sistema cardiovascular, em especial os idosos e pacientes de reabilitação cardíaca.

Os benefícios do treinamento resistido são influenciados por um grande número de variáveis manipuláveis, como sobrecarga, volume, intensidade, massa muscular ativa, tipo de contração muscular, intervalo de descanso, tipo de equipamento, técnica de treino, nível inicial de condicionamento, tipo de programa utilizado, estado nutricional, estado emocional, técnica de respiração e experiência prévia. Todas estas variáveis podem influenciar a magnitude e duração das respostas ao treino, bem como as adaptações associadas ao exercício resistido.

Levando todas essas variáveis em consideração, podemos verificar uma grande quantidade de evidencias científicas que sugerem um bom número de benefícios relacionados a um bom elaborado programa de musculação.

O treino resistido pode melhorar a saúde cardiovascular por diminuir vários dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, como a diminuição da pressão arterial de repouso; diminuição da freqüência cardíaca e pressão arterial durante o exercício; melhorias modestas no perfil lipídico; melhoria da tolerância à glicose e diminuição da resistência à insulina; melhoria da composição corporal com significante diminuição da porcentagem relativa de gordura; aumento da densidade mineral óssea; redução da ansiedade e depressão e melhoria do bem estar psicológico. Outra adaptação de fundamental importância é o aumento da força e resistência muscular que resulta na melhoria da habilidade de executar tarefas funcionais diárias, proporcionando menor demanda sobre o sistema cardiovascular, musculoesquelético e metabólico.

A sobrecarga imposta ao sistema cardiovascular parece ser menor no exercício resistido do que no exercício aeróbio. Há pesquisas que comprovam que uma caminhada rápida em um plano inclinado proporciona um estresse cardio circulatório mais acentuado do que exercícios de musculação com 75% da carga máxima. As determinantes hemodinâmicas nos exercícios resistidos são diferentes quando comparadas aos aeróbios. No exercício resistido há uma resposta alta da pressão arterial diastólica similar da pressão arterial sistólica e baixa da freqüência cardíaca ao aumento das sobrecargas de trabalho, quando comparado aos aeróbios. Um potencial benefício da menor freqüência cardíaca combinada com maior pressão arterial diastólica é o aumento da perfusão coronariana durante a diástole, o que contribui para um mais favorável equilíbrio entre suprimento e demanda de oxigênio para o miocárdio.



O melhor indicador dos requerimentos de oxigênio e trabalho do miocárdio e, portanto, da demanda por um aumento do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, é o duplo-produto. O duplo-produto (que pode ser estimado pelo produto da freqüência cardíaca e da pressão arterial sistólica) nos exercícios resistidos é relativamente baixo em indivíduos condicionados por treino resistido. Vários estudos reportaram um reduzido duplo-produto em repouso e durante o exercício resistido sub-máximo em idosos e pacientes cardíacos. Baixo duplo-produto também foi verificado em fisiculturistas quando comparados a indivíduos sedentários em testes ergométricos.

Redução nos esforços necessários para elevar um determinado peso, juntamente com a diminuição da estimulação dos centros de controle cardiovascular, pode contribuir para essa alteração na resposta da pressão arterial observada depois do treino com pesos. Por isso, indivíduos condicionados pelo treinamento resistido requerem uma carga de trabalho mais alta para atingir o mesmo duplo produto que indivíduos sedentários, ou seja, cargas absolutas representam uma menor porcentagem do esforço máximo, o que reduz a intensidade relativa do exercício. O resultado da adaptação é a reduzida probabilidade de um evento cardíaco isquêmico durante a atividade física.


Entidades como o American College of Sports Medicine, American Heart Association, American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation e National Institute of heart recomendam a musculação como componente integral de um bom programa de condicionamento para adultos saudáveis e com doenças do coração. Um benefício potencial para pacientes com insuficiência cardíaca, por exemplo, é o aumento da massa magra que pode contrabalançar a perda muscular que ocorre com a síndrome. De modo geral, o treino resistido é uma forma segura de exercício para a maioria da população e é associado a um mínimo risco de eventos cardiovasculares, inclusive em indivíduos com prévio infarto ou insuficiência cardíaca crônica. Os profissionais da saúde que prescrevem treinamento resistido, no entanto, devem reconhecer que as respostas circulatórias e hemodinâmicas agudas são influenciadas por variáveis do treino descritas acima e devem considerar todas na elaboração de um bom programa de exercícios resistidos que enfatize a segurança e a saúde do sistema cardiovascular.

Fonte: revista super treino, n: 07, pág: 47.